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sábado, 16 de agosto de 2014

Impedido de lutar no UFC, Gerônimo Mondragon pede para sair do evento.

Diagnosticado com hepatite B em 2012, peso-pesado já está curado, segundo seu empresário, mas comissão atlética exige nível de imunidade mais alto


Gerônimo Mondragon Jungle Fight (Foto: Ivan Raupp) 
Gerônimo Mondragon numa aparição em evento do
Jungle Fight (Foto: Ivan Raupp)
 
Sem ter feito uma luta sequer no UFC, Gerônimo "Mondragon" dos Santos não faz mais parte da organização. Contratado em 2012 para enfrentar Gabriel Napão no dia 13 de outubro daquele ano, no UFC 153, no Rio de Janeiro, o peso-pesado foi diagnosticado com hepatite B e acabou retirado do card. Desde então, ele vem fazendo tratamento e, de acordo com seu empresário, Alex Davis, o lutador está curado e não existe qualquer risco de transmissão da doença a outros atletas. O problema é que um de seus dois antígenos, moléculas capazes de chegar num certo nível de imunidade, ainda não chegou ao nível exigido pela Comissão Atlética do Estado de Nevada, cujo regulamento é adotado pelo Ultimate no resto do mundo. Sem a liberação para competir no octógono, ele decidiu pedir para ter seu contrato com o evento encerrado.
- É bem complexa a forma como a Comissão Atlética de Nevada analisa a hepatite B. Ele já zerou o vírus. Fez os exames e não tem mais o vírus ativo. Só que ele também tinha que positivar em dois antígenos, que provam que ele tem os anticorpos. Quando se faz quimioterapia, muitas vezes um desses antígenos demora mais a se desenvolver. Ele estava em tratamento, e nós estávamos esperando que ele apresentasse esses antígenos para então ser liberado pela comissão, o que não aconteceu. Ele não foi cortado do Ultimate. Mas ele achou melhor sair e continuar lutando até que possa apresentar esse último antígeno positivo que a comissão atlética está pedindo. Ele está curado, o que foi comprovado por um monte de exames. Os próprios médicos garantiram que ele não contagia ninguém, que já se curou. Infelizmente, a comissão tem essa regra, então vamos esperar ele positivar. O Joe Silva estava louco para vê-lo lutar, mas essa é uma regra e temos que respeitá-la - disse Alex Davis, por telefone, ao Combate.com.
Mondragon agora está focado nos eventos brasileiros, que são menos exigentes em relação à questão do nível de imunidade. E Alex Davis garantiu que ele apresentará os exames de sangue. Enquanto isso, o peso-pesado continuará o tratamento para chegar ao nível desejado, o que pode levar algum tempo. Quando, e se, isso acontecer, ele enfim poderá ser recontratado pelo UFC após a liberação da Comissão Atlética de Nevada. O empresário, por sinal, acredita que Mondragon possa ter contraído hepatite B em alguma luta onde houve sangramento de seu adversário.
- Conheço o Mondragon há uns 10 anos e sei que, se ele tivesse a chance de lutar no UFC, daria muita alegria ao Brasil. Infelizmente em algum momento da vida ele contraiu hepatite B, e isso mostra para todos os eventos e atletas a importância de se fazer exame de sangue. É bem provável que ele tenha pego isso (a doença) numa luta. Ele tratou a hepatite B, fez quimioterapia e está curado. Isso é até mais importante para a vida dele do que para a luta, porque o cara que tem hepatite B crônica tem chance muito grande de desenvolver cirrose e morrer prematuramente - contou Davis.
Aos 33 anos, Mondragon tem um cartel no MMA de 33 vitórias, sendo 22 por nocaute ou nocaute técnico, e 14 derrotas. Segundo o empresário Samir Nadaf, que trabalha com Alex Davis, o lutador já tem quatro combates marcados até novembro. O primeiro deles será no dia 4 de setembro, no Coalizão Fight, no Pará, contra Vinicius Gigantinho.

Fonte: Combate

Via: Luciano M.